“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Atos 2.42
A palavra “comunhão”, vem do latim, “communionis”, que significa: participação mútua, associação. Essa palavra é derivada do verbo latino “munio” que tem o significado de : munir, prover, no sentido de fortificar para proteger.
A comunhão está intimamente ligada à refeição, pois, desde a mais remota antiguidade, foi à mesa ou à hora da refeição que os homens se reuniram, e, juntos, restauraram as suas forças físicas ingerindo o alimento ao mesmo tempo em que, trocando idéias e compartilhando as experiências do dia e estimulando-se mutuamente, fortaleceram o seu espírito.
Na velha dispensação, era na refeição da Páscoa que os judeus reuniam-se e rememoravam os grande feitos libertadores de Iavé e isso os fortalecia.
Foi um hábito do Senhor Jesus reunir os seus discípulos “no partir do pão”, e esse hábito o caracterizou a tal ponto que foi ao reparti-lo diante dos discípulos de Emaús que eles o reconheceram prontamente.
Após a ressurreição, a refeição em conjunto passou a ter, para os discípulos, um cunho eminentemente espiritual. O próprio Jesus, antes da ascensão, “comendo com eles, determinou que não se ausentassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do Pai... recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo” (At 1.8) ao que eles todos, obedecendo “permaneceram na comunhão, no partir do pão e nas orações... juntos” (At 2.42,44).
Essa palavra – “comunhão” – foi, portanto, mui adequadamente aplicada à cerimônia da Santa Ceia, a “páscoa cristã”, pois tem, justamente o sentido de reunir os crentes para uma participação mútua com vistas ao fortalecimento espiritual de cada um, e da Igreja, como um todo – o “corpo de Cristo”.
O apóstolo João esclarece que a nossa comunhão “é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo” e exorta-nos a “mantermos comunhão com ele” e “unas com os outros”. (1 Jo 1.6,7)
O crente não deve, em hipótese alguma, ausentar-se da Mesa do Senhor. Esse é o apelo do apóstolo Paulo que diz: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.”
( 1 Co 11.28)
A ausência da comunhão, tanto quanto a sua participação “indignamente”, é a causa de muita fraqueza espiritual. “Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e muitas que dormem.” (1 Co 11.30).